EU.
UM ENTRELAÇAMENTO SIGNIFICATIVO.
O DESENHO DE UMA ARQUITETURA
MAIS PRÓXIMA DESSE DENSO POEMA.
UMA ESP?CIA DE PONTO.
SINTÉTICO DAS AGONIAS DE SER.
Sunday, July 06, 2003
Uma nota sobre a presença RJ:03/julho/2003
Na verdade eu queria era buscar minhas coisas, mas n?o queria ir sozinha. E buscar as coisas era um desculpa. Mas eu queria e tinha medo. Ir sozinha daria margem para a conversa. Ou o sorriso sem graça. O simples cumprimento cordial me faria tremer pernas e suar m?os. Eu queria ir, porque minhas coisas seriam ?teis agora. Para vê-lo e para tê-las. Seriam papéis cort?veis e lembranças recortadas, como eu no meio do p?tio cinzento. Recortadas. E recortes soltos, sem ligaç?es, sem conexos. N?o haveira porquê ter medo, entao eu fui. Com o livro na m?o e o cigarro na outra, para evitar o contato. Evitar o contato. De repente m?os tremeram. Muito. Um abobagem. Deixar de ser boba, pensei. Gritei dentro de mim um uivo como dos lobos tristes e olhei por detr?s dos ?culos verdes um quadril?tero vazio. Você n?o estava l? e o vazio era a tua ausência desejosa. Como eu n?o queria te ver, meu Deus! Como minhas pernas tremiam pela felicidade clandestina e triste da tua ausência! Sem as minhas coisas, e sem você, eu poderia ter mais tempo para pensar - e sentir bobagens.
Na verdade eu queria era buscar minhas coisas, mas n?o queria ir sozinha. E buscar as coisas era um desculpa. Mas eu queria e tinha medo. Ir sozinha daria margem para a conversa. Ou o sorriso sem graça. O simples cumprimento cordial me faria tremer pernas e suar m?os. Eu queria ir, porque minhas coisas seriam ?teis agora. Para vê-lo e para tê-las. Seriam papéis cort?veis e lembranças recortadas, como eu no meio do p?tio cinzento. Recortadas. E recortes soltos, sem ligaç?es, sem conexos. N?o haveira porquê ter medo, entao eu fui. Com o livro na m?o e o cigarro na outra, para evitar o contato. Evitar o contato. De repente m?os tremeram. Muito. Um abobagem. Deixar de ser boba, pensei. Gritei dentro de mim um uivo como dos lobos tristes e olhei por detr?s dos ?culos verdes um quadril?tero vazio. Você n?o estava l? e o vazio era a tua ausência desejosa. Como eu n?o queria te ver, meu Deus! Como minhas pernas tremiam pela felicidade clandestina e triste da tua ausência! Sem as minhas coisas, e sem você, eu poderia ter mais tempo para pensar - e sentir bobagens.
Monday, February 10, 2003
Carta para meu espelho RJ:09/fevereiro/2003
Diante de acusações do tempo, das calúnias do meu desejo, decidi participar mais ativamente da minha introspeção. Vivendo enclausurada dentro de mim mesma, descobri que sou uma boa vizinha, e um péssimo ouvinte. Grito comigo mesmo, e nessas últimas noites tenho ouvindo berros e barulhos estranhos dentro de mim. Pensei em chamar a polícia, mas como alguém de instinto animal e primata que sempre fui não permito que na verdade haja quem me policie. Sim, sempre fui dona de mim mesma, então nunca me permito ser minha própria crítica...mesmo sendo. Ora, é sempre um jogo de empurra empurra, eu me mando, e não me deixo obedecer ordens... quase uma tripla persolanidade.
Só minha alma sabe no que ando pensando essas últimas noites quentes. Dormindo tarde, acordando cedo, andando pelas ruas, ficando tonta com tantas pessoas nas calçadas...só nós duas sabemos das coisas que ando pensando e sentindo. E ontem, tão a vontade, houve mais uma briga feia aqui dentro. E como uma boa vizinha, levei uma xícara de chá pela manhã e disse a ela que tudo iria passar. Que esse tempo que andava nos acusando de termos esse caso, que é só nosso e apenas para nosso próprio conforto, iria entender que talvez fosse melhor, depois de mais uma briga, bater a porta e ir embora. Talvez ele, um dia, entenda que tanto você como eu estamos em boas mãos. As nossas.
Diante de acusações do tempo, das calúnias do meu desejo, decidi participar mais ativamente da minha introspeção. Vivendo enclausurada dentro de mim mesma, descobri que sou uma boa vizinha, e um péssimo ouvinte. Grito comigo mesmo, e nessas últimas noites tenho ouvindo berros e barulhos estranhos dentro de mim. Pensei em chamar a polícia, mas como alguém de instinto animal e primata que sempre fui não permito que na verdade haja quem me policie. Sim, sempre fui dona de mim mesma, então nunca me permito ser minha própria crítica...mesmo sendo. Ora, é sempre um jogo de empurra empurra, eu me mando, e não me deixo obedecer ordens... quase uma tripla persolanidade.
Só minha alma sabe no que ando pensando essas últimas noites quentes. Dormindo tarde, acordando cedo, andando pelas ruas, ficando tonta com tantas pessoas nas calçadas...só nós duas sabemos das coisas que ando pensando e sentindo. E ontem, tão a vontade, houve mais uma briga feia aqui dentro. E como uma boa vizinha, levei uma xícara de chá pela manhã e disse a ela que tudo iria passar. Que esse tempo que andava nos acusando de termos esse caso, que é só nosso e apenas para nosso próprio conforto, iria entender que talvez fosse melhor, depois de mais uma briga, bater a porta e ir embora. Talvez ele, um dia, entenda que tanto você como eu estamos em boas mãos. As nossas.
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